APAE de Alta Floresta está a ponto de fechar as portas por falta de repasses do governo estadual

Considerada uma das maiores estruturas do Estado e mais importantes instituições do município, a APAE de Alta Floresta pode ser considerada um patrimônio social do Estado do Mato Grosso, pelo seu pioneirismo no interior do Estado que antes mesmo de haver estradas e luz elétrica de qualidade, já estava funcionando e recebendo alunos de toda região norte como referência escolar para alunos especiais.

A entidade possui uma quadra poli-esportiva coberta para atividades físicas indispensáveis aos alunos, sala de computação e entretenimento, brinquedoteca, cozinha e refeitório, com funcionamento diário de segunda a sexta.

A escola possui ainda o translado dos alunos, que são recolhidos pela van e deixados após o período de aula  em suas residências com todo conforto e segurança.

Além disso, os alunos são entregues a suas famílias alimentados, higienizados e orientados pedagogicamente com todo carinho e atenção da dedicada equipe de profissionais da educação que compõem o corpo docente da entidade.

Segundo o Vice-presidente da instituição, Marcelo Weber, os profissionais estão sem receber seus salários o que compromete as condições de trabalho, pois todos precisam dos salários para se deslocar ao trabalho, pagar as contas e manter suas famílias.

Segundo Marcelo, a problemática dos atrasos vem de longa data, desde governos passados, do anterior e do atual, pois até o presente momento, o atual governador não se manifestou sobre a questão da renovação do convênio que prevê os repasses as entidades da APAE em todo o Estado.

Em reunião recente em Cuiabá, com todos os presidentes de entidades da APAE do Estado, Marcelo Weber relata que todos estão desesperados com a situação em seus municípios, pois o governo estadual não faz qualquer menção de renovar os convênios com as entidades, podendo gerar uma crise educacional sem precedentes na vida dos alunos especiais de todo o Estado de Mato Grosso.

O fato do governador Mauro Mendes ter decretado Estado de Calamidade no Estado, só fez complicar ainda mais e causar maior insegurança entre os profissionais, alguns sem receber seus salários desde o mês de janeiro.

Fundada no ano de 1987, a APAE de Alta Floresta completará 32 anos no mês de Setembro, porém, com a enorme dificuldade que os professores e equipe de profissionais estão atravessando, há previsão de que a entidade a fechar suas portas até o fim deste mês.

Mesmo assim, os professores e equipes continuam trabalhando, a previsão para renovação do convênio firmado por parte do governo do Estado, é para início do segundo semestre, mas, a falta de confirmação e atrasos de pagamentos só causam mais insegurança a APAE de Alta Floresta, e todas as entidades do Estado, e se nada for resolvido nos próximos dias a paralisação pode ser geral.

A solidariedade da sociedade em geral, clube de serviços, entidade de classes ão atualmente a única forma de sustento da entidade, porém, as promoções realizadas para tentar manter a entidade são insuficientes para cobrir os gastos da mesma.

Algumas dessas promoções são realizadas aos fins de semana, para conseguir arrecadar dinheiro, e muitos professores e profissionais da entidade sacrificam o convívio com os próprios filhos e famílias, além do tempo de serviço não remunerado, para poder ajudar a manter o orçamento da instituição, que para eles é considerada uma joia preciosa da comunidade alta-florestense.

“O que estamos vendo é um colapso, um colapso geral em todo o Estado, e corremos o risco de ver milhares e milhares de crianças em casa, sem aulas e sem atendimento”, concluiu Marcelo Weber.