Em recentes declarações em uma feira agroindustrial de Sinop, o governador Mauro Mendes disse que o dinheiro do FETHAB deverá ser aplicado na saúde do Estado que está, segundo ele, com gente morrendo nos hospitais.
Talvez seja esta justamente a razão pela qual o governador tenha se manifestado a favor de salvar a saúde no Estado do Mato Grosso, pois já chega ao número de 14 o número de Unidades de Pronto Atendimento – UPAs, sendo uma delas em Alta Floresta, que estão completamente paralisadas, entre as que estão terminadas e as que ainda continuam em obras, e causando muitos prejuízos a saúde da população mato-grossense. Em consulta ao Portal Cidadão, que faz a transparência do Ministério da Saúde, demonstra que os valor inicial das obras foi de apenas 25 milhões de reais, sendo que 3 já estariam concluídas, restando 11 unidades em fase de construção inacabada. Em Alta Floresta, a 800 Km de Cuiabá, a situação é de fazer dó pois além de não haver qualquer previsão de término, a construção está completamente abandonada e com mato para todo lado. Três delas já estão concluídas, mas não entraram em funcionamento. As unidades estão localizadas em Juara (709 km ao médio-norte de Cuiabá), Peixoto de Azevedo (691 km ao Norte) e Pontes e Lacerda (448 km ao Oeste). Nas situações mais críticas aparecem duas unidades em construção em Cuiabá, a UPA Oeste, que é a do Verdão, e a UPA do Jardim Leblon. O portal do Ministério da Saúde indica que a obra do Verdão está com 89% das obras concluídas num orçamento inicial de R$ 4,9 milhões. A unidade está projetada para atender, em média, 800 pessoas por dia e no mês de janeiro a promessa da Secretaria Municipal de Saúde era de que a entrega estivesse no calendário de comemoração dos 300 anos da capital. No entanto, consulta no portal do governo federal mostra que a obra, que iniciou em 2015, encontra-se paralisada. Já na UPA do Jardim Leblon, orçada em R$ 5,1 milhões, apesar de estar em situação de andamento, pouca movimentação é observada. De acordo com Ministério da Saúde, a UPA é uma das oito que estão em obras no Estado. O levantamento revela que 43% dos trabalhos foram finalizados. A obra está tomada pelo matagal e os funcionários são contados a dedo. A placa de lançamento indica que os trabalhos foram iniciados em abril de 2016, com previsão de entrega em abril de 2017. Mas, hoje, dois anos após a previsão, a olho nu percebesse que muita coisa ainda precisa ser feita. Presidente do bairro Jardim Leblon, Claudir Rocha, o Chico Leblon, diz que é muito triste ver uma obra que já atravessa gestões sem ser concluída e que já poderia estar atendendo a população. Ele ressalta que a unidade de saúde é esperada pela população e vai suprir a carência de muitos que necessitam deslocar até a UPA Morada do Ouro para serem atendidos. Outras unidadesOutras sete UPAs estão em construção no nos municípios de Várzea Grande, Água Boa (730 km ao Leste), Alta Floresta (803 km ao Norte), Colniza (1.065 km ao Noroeste), Confresa (1.160 km ao Nordeste), Guarantã do Norte (715 km ao Norte) e Poconé (104 km ao sul). A UPA de Várzea Grande tem previsão de inauguração para o aniversário da cidade, no próximo mês. A UPA Cristo Rei será a terceira unidade pública municipal a funcionar 24 horas/dia durante todos os dias do ano. As outras duas unidades são o Hospital e Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande que tem 30 anos de funcionamento e a UPA Ipase que completa 3 anos de funcionamento em junho. Entre construção e equipar a UPA para funcionar, a prefeitura de Várzea Grande gastou menos de um ano e meio. Já concluídas e também com data prevista para entrega estão as UPAs de São Félix do Araguaia (1.200 km ao Nordeste) e de Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte). A de São Félix teve custo de R$ 1,2 milhão, conforme Ministério da Saúde, e deve ser entregue em julho deste ano. Já a de Chapada ficou em R$ 1,3 milhão e tem previsão de entrar em funcionamento no próximo mês. Das obras concluídas e sem utilização, a de Peixoto de Azevedo o Ministério Público chegou a acionar o município para que a unidade abrisse as portas. O local foi concluído, mas o município não adquiriu o mobiliário para colocar a UPA em funcionamento, o que fez com que o órgão ministerial entrasse com a ação em 2017. Em relação à UPA de Pontes e Lacerda, foi cogitado pelo município no mês de fevereiro que o local tornasse um Centro de Especialidades Médicas, Odontológicas e Laboratório Municipal. Representante da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB/MT), André Luis Araújo da Costa avalia que toda obra traz impacto para sociedade. Segundo ele, um dos motivos é o desperdício do dinheiro público e o outro, no caso da saúde, é a falta do serviço à população.
André Luis aponta como causas dos atrasos nas obras a crise enfrentada pelos estados e União e, consequentemente, a falta de repasses de recursos. Mas, por outro lado, destaca a falta de interesse dos gestores.
Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sisma), Oscarlino Alves diz que o Sistema Único de Saúde – SUS é composto por uma hierarquia, a atenção primária, secundária e terciária. No caso das UPAs, elas entram na atenção secundária.
Outro ladoA reportagem entrou em contato com os municípios de Colniza, Alta Floresta, Confresa, Guarantã do Norte, Poconé, Juara, São Félix do Araguaia e Pontes Lacerda, sem sucesso. Somente o prefeito de Água Boa retornou o contato informando que esteve em Brasília para discutir sobre a UPA na cidade. No entanto, que somente o secretário de saúde poderia falar mais sobre o assunto, mas que o mesmo estaria de férias, voltando apenas no dia 23. A Prefeitura de Cuiabá também foi procurada, mas até o fechamento da matéria não se manifestou a respeito do assunto. Com informações da Gazeta Digital |
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