O deputado do PSOL disse ao GLOBO que foi transformado em “pária” pela campanha de Bolsonaro e que hoje vive em “cárcere privado” por estar sob permanente proteção policial, devido, segundo ele, a ameaças que recebeu de apoiadores de Bolsonaro.
Desafeto de Bolsonaro, Wyllys chegou a cuspir no colega de parlamento durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara, em 2016. Desde então, o deputado do PSOL se tornou um arqui rival de Bolsonaro, a quem se refere como “maldito”, “fascista”, etc.
Segundo Jean Wyllys, “A campanha de fake news montada pelos inimigos da democracia que agora chegam ao poder (sobretudo a mentira do inexistente “kit gay”) me transformou num pária para os eleitores desse maldito, que invadem diariamente minhas redes com dezenas de milhares de xingamentos e ameaças, e colocou minha vida em risco em quase todos os lugares do Brasil”, disse Wyllys em texto enviado à reportagem de O Globo.
Segundo a reportagem, Jean Wyllys tem usado escolta policial e se locomovido apenas em veículo blindado Desde que a vereadora do PSOL Marielle Franco foi assassinada, em março.
“Estou praticamente em cárcere privado pelas medidas de segurança que fui obrigado a respeitar. Logo, no momento, estou preocupado em me manter vivo, em cuidar da minha saúde que está abalada pelo volume de mentiras e ameaças contra mim. Estou preocupado em sobreviver, em recobrar as forças num país que elegeu o fascismo”, disse.
Adélio Bispo dos Santos, que deu a facada em Bolsonaro, foi filiado ao PSOL de 2007 a 2014.