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Envolvida na morte de Valdir Lanza vai a juri popular por crime ocorrido em Paranaíta em 2020

O plenário do Forum de Alta Floresta não foi comportou o número de presentes no julgamento

(Last Updated On: 8 de junho de 2023)

HOMICÍDIO QUALIFICADO – 

O homicídio de Almir Mendonça, ocorrido em 2010 no município de Paranaíta.

A mulher suspeita de atrair Valdir Lanza, de 55 anos, para um encontro amoroso e posteriormente participar de seu sequestro e assassinato em 2023, será submetida a julgamento popular por outro crime no qual é ré

O juiz Tibério de Lucena Batista, da Vara Única de Paranaíta, proferiu uma sentença nesta semana determinando que Amanda Luiza de Almeida Teixeira Marques seja levada a julgamento popular.

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso apresentou uma denúncia contra Amanda Luiza de Almeida Teixeira Marques, acusando-a de cometer o crime de homicídio qualificado conforme descrito no artigo 121, § 2º, incisos II (motivo fútil) e IV (recurso que torne impossível a defesa da vítima), combinado com o artigo 211 (ocultação de cadáver) na forma do artigo 69 (concurso material), todos do Código Penal Brasileiro.

De acordo com os autos do processo, entre os dias 21 e 22 de dezembro de 2010, em horário indefinido, utilizando um revólver da marca Taurus, calibre 38, especial, Amanda teria disparado um tiro na cabeça da vítima Almir Mendonça, por motivo fútil e sem dar oportunidade de defesa, causando lesões que resultaram em sua morte.

Segundo a sentença proferida pelo juiz, a comprovação da materialidade do crime de homicídio foi realizada por meio do boletim de ocorrência, laudo pericial, declaração de óbito de Almir Mendonça, exame necroscópico e mapa topográfico para localização das lesões, bem como pelos depoimentos prestados pelas testemunhas durante o processo policial, sob o crivo do contraditório.

Uma das testemunhas ouvidas durante o processo relatou que “lembra-se exatamente do dia 22 de dezembro de 2010, uma quarta-feira, por volta das 8 horas da manhã, quando sua vizinha Amanda saiu de sua casa com uma caminhonete e parou em frente à residência. Em seguida, Amanda se aproximou do portão da casa da declarante e perguntou: ‘Posso colocar fogo aqui? Tenho um sofá velho e quero queimá-lo'”.

A testemunha também informou em seu depoimento que Amanda aparentava estar nervosa, alegando que precisava ir para Alta Floresta. Ela acrescentou que seu marido encontrou o corpo de Almir Mendonça no domingo (26/12/2010) pela manhã.

Além disso, no sábado (25/12/2010), a testemunha começou a sentir um forte cheiro de carne podre, e no domingo o cheiro ficou insuportável. Então, o marido da testemunha começou a verificar as lixeiras dos vizinhos em busca de restos de carne em decomposição.

Após isso, o sobrinho da testemunha percebeu que o cheiro vinha do fundo do quintal da casa em que viviam. Nesse momento, Amanda, junto com o sobrinho, pularam o muro e encontraram o corpo de Almir debaixo do sofá queimado.

De acordo com os registros, durante seu depoimento na época, Amanda Luiza afirmou que convivia com Almir Mendonça há cinco anos e tinham um filho juntos. Eles moravam em Cacoal/RO, mas haviam se mudado para Paranaíta.

Permaneceram naquela cidade até a segunda-feira, dia 20, quando foram para Alta Floresta com o marido e o filho para ir ao dentista. No final do dia, retornaram para Paranaíta.

Na manhã de terça-feira, dia 21, Almir disse que precisava viajar até o garimpo Sucunduri, no Amazonas. Ele pediu para Amanda arrumar suas coisas e a acompanhou até a casa de sua mãe em Alta Floresta.

Eles foram em um veículo Hilux verde, enquanto Almir estava em uma Hilux branca. Por volta das 10 horas, quando chegaram na casa da mãe dela, Almir se despediu e foi embora. Ele disse que ligaria e retornaria por volta do dia 5 de janeiro, e nesse meio tempo, Amanda ficaria com a mãe.

Desde então, ela não teve mais contato com Almir e não o procurou, pois estava acostumada com o trabalho dele em garimpos. Ela não voltou mais para sua casa em Paranaíta e ficou sabendo do corpo encontrado em seu quintal durante a tarde, quando a polícia a informou. Devido a um mal-estar, ela não foi até a funerária onde o corpo estava.

Ela nega ter incendiado um sofá velho que estava no quintal, alegando que ele já estava quebrado desde a mudança de Cacoal. Ela soube pelos policiais que a Hilux branca estava em sua casa em Paranaíta, ao lado de outro veículo do casal, um Saveiro azul.

“Em resumo, observa-se que essas alegações da ré não foram comprovadas de forma incontestável pelas evidências apresentadas. Pelo contrário, as testemunhas ouvidas apresentaram versões diferentes, fornecendo indícios da ocorrência do crime de homicídio qualificado consumado, conforme descrito na acusação”, afirma um trecho da decisão.

Os registros também mencionam o envolvimento de Amanda no caso de Valdir Lanza.

“Ao consultar o Sistema PJE, constato que a acusada Amanda possivelmente estava envolvida no tráfico ilícito de drogas e no transporte de veículos roubados nessa região, inclusive com relação ao crime de latrocínio cometido contra a vítima Valdir Lanza de Moura, ocorrido em 06.01.2023 na cidade de Alta Floresta/MT, que teve considerável repercussão na região norte de Mato Grosso.

A acusada está detida na Cadeia Feminina de Colíder-MT, onde será intimada.

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