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Estado pretende “fechar” um grande número de delegacias do interior de MT, por falta de estrutura

Mário Demerval e o projeto de deslocamento de policiais para outros municípios
(Last Updated On: 21 de maio de 2020)

Fechamento de delegacias da Polícia Civil nas pequenas e médias cidades mato-grossenses onde o número de policiais é reduzido. Esse cenário não é profecia pessimista: é o que acontecerá muito em breve.

Mário Demerval e o estudo de deslocamento de policiais para outros municípios. Diretor cita carência de investigadores e escrivães (FOTO: Assessoria da Polícia Civil em arquivo recente).

Isso foi o que revelou o delegado geral, Mário Dermeval Aravechia de Resende, em entrevista ao vivo, na manhã desta sexta-feira, 8, ao apresentador Anderson Navarro, no programa Bom Dia MT da TV Centro América.

Mário Demerval disse com clareza que a Polícia Civil tem efetivo reduzido, e que nas cidades há poucos policiais, esses serão removidos para municípios vizinhos, maiores.

Mário disse que não é possível realizar concursos e reformas nas delegacias, por causa da situação financeira do estado.

“Não é possível trabalhar com três policiais efetivos, pois as escalas de plantão não giram”. 

Segundo o diretor, nos próximos meses, 15 novos delegados devem ser nomeados para assumir delegacias no interior. Ainda assim, existe a carência de investigadores e escrivães.

“Esperamos que, com o fim do decreto de estado de calamidade, tenhamos a oportunidade de apresentar ao governo as nossas necessidades para trabalhar a possibilidade de abrir um concurso público”, disse.

O delegado acrescentou que o estudo será apresentado ao secretário de Segurança, Alexandre Bustamente, e ao governador Mauro Mendes.

O sugerido fechamento ou suspensão de delegacias seria temporário, até que o governo consiga estruturar a instituição.

Concretizada essa proposta alguns municípios ganharão policiais civis ao passo que outros ficarão à deriva.

Nas cidades sem Polícia Civil, toda prisão efetuada pela Polícia Militar obrigará seus policiais a levarem o preso até a delegacia mais próxima. Em Mato Grosso, com raras exceções, as cidades são distantes uma das outras.

Esse planejamento conduzido por Mário Demerval há um aumento do custo operacional policial, com as viagens transportando presos, e paralelamente a isso desguarnece ainda mais a população sem Polícia Civil, que já é insuficiente para estes municípios, sendo assim, a Polícia Militar local passaria a cumprir nova missão de “turismo carcerário”.

O planejamento, segundo ele, não é feito isoladamente pela Polícia Civil, mas juntamente com órgãos – porém não citou quais seriam os órgãos.

O índice de criminalidade é alto em Mato Grosso, que tem uma fronteira de 983 quilômetros com a Bolívia, por entra cocaína e por onde o crime transnacional atua dos dois lados.

Na esteira da droga o crime se espalha pelos municípios. Uma cidade sem Polícia Civil se torna cenário ideal para a criminalidade e a impunidade.

Com prerrogativa de Polícia Judiciária, cabe a Polícia Civil investigar e instaurar inquéritos. Com sua saída da cidade, todo crime ali praticado exigirá a ida de uma equipe ao local para investiga-lo.

Mário declarou que falta estrutura e recursos para trabalhar em algumas delegacias.

Os recursos que a polícia tem hoje não dão conta do recado, necessitamos de uma infraestrutura melhor e de um efetivo melhor. Esperamos ter uma melhor condição de trabalho para que a sociedade possa ser melhor atendida”, pontuou.

Por falta de pagamento às locadoras, mais de 25% dos veículos utilizados pelos órgãos de segurança pública de Mato Grosso foram recolhidos, segundo a União dos Conselhos de Segurança do estado.

Mário disse que a Polícia Civil possui cerca de 650 carros e a maioria é locado.

“Com um número reduzido, o necessário tem sido feito diante das dificuldades. Esperamos que em 20 dias esse problema seja resolvido”, disse.

Segundo o diretor, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) está tentando contratar, em caráter de urgência, novas empresas para substituir essas viaturas que são locadas.

CAOS – Nenhuma cidade de Mato Grosso tem número suficiente de policiais civis.

Dentre outros, onde a presença da Polícia Civil é praticamente simbólica, aqui está a relação dos municípios nessas condições e podem vir a ser fechadas temporariamente: (Alta Floresta fica fora lista por ser considerada já como cidade de grande porte). – Total 78 dos 141 municipios do Estado

1 –  Aripuanã,

2 –  Apiacás, 

3 –  Carlinda,

4 –  Paranaíta,

5 –  Nova Bandeirantes,

6 –  Nova Monte Verde,

7 –  Nova Canaã do Norte,

8 –  Nova Guarita,

9 –  Novo Mundo,

10 – Nova Santa Helena,

11 – Santa Cruz do Xingu,

12 – São José do Xingu,

13 – Santa Terezinha,

14 – Alto Boa Vista,

15 – Luciara,

16 – Novo Santo Antônio,

17 – Serra Nova Dourada,

18 – Bom Jesus do Araguaia,

19 – Canabrava do Norte,

20 – Gaúcha do Norte,

21 – Cocalinho,

22 – Nova Nazaré,

23 – Araguaiana,

24 – Campinápolis,

25 – Novo São Joaquim,

26 – Santo Antônio do Leste,

27 – Planalto da Serra,

28 – Nova Brasilândia,

29 – Tesouro,

30 – São José do Povo,

31 – Araguainha,

32 – Ponte Branca,

33 – Ribeirãozinho,

34 – Torixoréu,

35 – Pontal do Araguaia,

36 – São Pedro da Cipa,

37 – Dom Aquino,

38 – Barão de Melgaço,

39 – Curvelândia,

40 – Lambari D'Oeste,

41 – Salto do Céu,

42 – Glória D'Oeste,

43 – Porto Esperidião,

44 – Reserva do Cabaçal,

45 – Indiavaí,

46 – Figueirópolis D'Oeste,

47 – Conquista D'Oeste,

48 – Nova Lacerda,

49 – Vale de São Domingos,

50 – Campos de Júlio,

51 – Santo Afonso,

52 – Nova Marilândia,

53 – Alto Paraguai,

54 – Nova Maringá,

55 – Nova Olímpia,

56 – Castanheira,

57 – Juruena,

58 – Cotriguaçu,

59 – Rondolândia,

60 – Marcelândia,

61 – Cláudia,

62 – Feliz Natal,

63 – Vera,

64 – União do Sul,

65 – Santa Carmem,

66 – Nova Ubiratã,

67 – Santa Rita do Trivelato,

68 – Ipiranga do Norte,

69 – Itaúba,

70 – Itanhangá,

71 – Porto dos Gaúchos,

72 – Novo Horizonte do Norte,

73 – Tabaporã,

74 – Tapurah,

75 – Nossa Senhora do Livramento,

76 – Acorizal,

77 – Jangada,

78 – Porto Estrela.

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Danny Bueno - Jornalista
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Danny Bueno - Jornalista

Especializado em Jornalismo Político e Investigativo. Está radicado nos Estados de Mato Grosso e Rondônia, desde 1991, trabalhando para sites, jornais e emissoras de TV e rádios de Mato Grosso e Rondônia. É assessor de imprensa, roteirista, produtor, editor de conteúdo, relações públicas, consultor e analista de política e marketing social. É associado à ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
(http://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/danny-bueno).

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