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Motorista recebe 132 milhões por engano na conta e devolve ao banco

(Last Updated On: 11 de junho de 2023)

ALEGRIA DE POBRE… – 

Na verdade, tratava-se de um erro cometido pelo banco responsável pela conta de Antônio.

Recentemente, os moradores de Palmas/TO ficaram surpresos com um acontecimento incomum, quando um homem local teve uma fortuna de R$ 132 milhões depositada em sua conta bancária.

Esse sortudo é Antônio Pereira do Nascimento, um motorista de turismo que se viu diante de uma situação surpreendente. No entanto, essa quantia não era resultado de uma grande sorte ou de um empreendimento bem-sucedido. 

Assim que percebeu a diferença exorbitante em seu saldo, o motorista não hesitou e entrou imediatamente em contato com a instituição financeira para comunicar o equívoco e devolver o valor recebido indevidamente.

Antônio, pai de quatro filhos e avô de 14 netos, depende de sua renda como motorista e não possui uma fonte de renda fixa.

Portanto, a visão de sua conta bancária transformada em uma verdadeira fortuna foi assustadora. No entanto, ele estava convicto de que aquele dinheiro não lhe pertencia.

“Eu nunca vi uma quantia desse tamanho em toda a minha vida, e tenho certeza de que nunca vou ver, a menos que ganhe na loteria, mas eu não jogo. Então é algo difícil de se imaginar”, declarou Antônio.

Cliente do banco em questão há mais de 25 anos, o motorista ficou surpreso ao verificar seu saldo e constatar que os R$ 227 habituais haviam se multiplicado para R$ 132 milhões.

Foi o próprio banco, que pretendia realizar uma transferência para outra instituição, que cometeu o erro. No final das contas, o dinheiro foi devidamente devolvido ao banco e o saldo da conta de Antônio voltou aos modestos R$ 227, resultado de seu trabalho árduo.

“Não pensei nem por um segundo em fazer algo desonesto. Sou uma pessoa íntegra e só quero o que é meu”, afirmou.

Além de ser uma atitude moralmente correta, a ação de Antônio está respaldada legalmente.

O Código Penal estabelece que a apropriação indevida de valores que não pertencem a alguém configura um crime.

Dessa forma, o motorista não apenas demonstrou sua integridade, mas também seguiu as diretrizes legais vigentes.

O que diz a lei
 
Além de moralmente certo, o que o motorista fez também tem respaldo legal. Isso porque quando uma pessoa recebe um valor na conta por engano, é obrigada a devolver o dinheiro.

“Tem implicações jurídicas tanto criminalmente como na área cível, porque criminalmente nós temos no código penal a questão da apropriação indébita e civilmente você está enriquecendo ilicitamente, porque está usando um dinheiro que não é seu, que não lhe pertence. Então apesar de você ficar feliz com a situação, com a surpresa, um milagre aconteceu, utilizar desse dinheiro é crime”, destaca a advogada Paula Dângelo.

 A boa notícia é que a atitude de Antônio não é tão rara. Pelas ruas de Palmas, muita gente garante que faria o mesmo.

“Eu ia devolver o dinheiro, ia dar problema pra mim mais tarde. É melhor ser honesto do que ser ladrão”, comenta o zelador de carro Nildo Ferreira.

A diarista Lindalva Soares confessa que pensaria um pouco, mas a atitude é certa. “Eu ficava em dúvida sim, mas eu não teria coragem de ficar. Se não fosse meu, eu devolvia”, garante.

Já o auditor Pedro Paulo Camelo até brinca com a situação. “Comemorava e depois chorava. A gente não pode deixar de fazer o que é certo. Procuraria uma forma de devolver pro legítimo dono”, diz.

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