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Em crise, suinocultura de Mato Grosso pede socorro e abate matrizes

(Last Updated On: 15 de maio de 2023)

A suinocultura em Mato Grosso está enfrentando uma séria crise, resultando no abate de matrizes e levando os produtores a pedir socorro. Essa crise tem se arrastado por mais de dois anos, causando prejuízos significativos para a indústria suína do estado.

Os altos custos de produção têm sido um desafio para os suinocultores, levando ao abate de cerca de 15 mil matrizes. Muitos produtores independentes foram forçados a abandonar a atividade devido ao preço baixo pago pelo quilo do suíno vivo, enquanto aqueles que continuam tiveram que reduzir seus plantéis e o número de matrizes.

Para lidar com essa situação, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) se reuniu com deputados estaduais a fim de discutir medidas para amenizar a crise no setor, que emprega mais de 20 mil famílias no estado.

Frederico Tannure Filho, presidente da Acrismat, destacou que a crise levou à saída de muitos produtores e resultou em uma redução de aproximadamente 40 mil animais abatidos por mês em Mato Grosso. Além disso, o número de matrizes também diminuiu de 140 mil para cerca de 125 mil.

Tannure explicou que o custo de produção continua alto em comparação com o valor pago ao produtor, o que tem levado produtores com décadas de experiência a encerrar suas atividades. Ele ressaltou a importância de obter apoio dos parlamentares para garantir a sobrevivência da cadeia produtiva e a manutenção dos empregos.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revelam que, em 2022, houve um aumento de 0,65% nos abates em comparação com o ano anterior, mas esse resultado positivo se deve ao descarte de matrizes. No entanto, a parcial de 2023 já mostra uma retração de 6,91% nos abates de suínos em relação ao mesmo período de 2022.

O custo operacional total na suinocultura no primeiro trimestre foi de R$ 5,67 por quilo, enquanto o preço pago ao produtor foi de R$ 5,50 por quilo, conforme dados do Imea.

Entre as demandas apresentadas pela Acrismat aos parlamentares está a alteração nos valores do crédito presumido do ICMS no Programa de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso (Proder), que passaria de 50% para pelo menos 90%. O deputado Dilmar Dal Bosco expressou seu apoio às solicitações da associação.

Outro pedido é a liberação de maiores quantidades de milho balcão exclusivamente para os suinocultores, uma vez que a quantidade atual (27 mil quilos por mês) é considerada insuficiente para atender à demanda. A Acrismat já fez o pedido à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e busca apoio dos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

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