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Empresário sentenciado a devolver quase 1 milhão aos cofres de Alta Floresta quer fazer “esclarecimentos” aos vereadores na Câmara

(Last Updated On: 7 de agosto de 2019)

Publicado em 17/04/2019 – 

Os vereadores foram surpreendidos pelo pedido de “um empresário” que quer se explicar sobre licitações fraudulentas investigadas pelo MP e já sentenciada pelo juiz do processo.

O “pérola” foi comunicado pelo presidente da casa aos demais vereadores.

O anúncio do pedido do empresário, envolvido na Ação Civil Pública 001820-011/2018, promovida pelo Ministério Público Estadual, por meio da 2 Promotoria de Justiça Criminal, foi lido na sessão desta terça feira (16/04), pelo presidente Emerson Machado (MDB), que estendeu aos vereadores a solicitação expressada em ofício pelo empresário.

Durante a sessão, foi apresentado um projeto de lei, de autoria da presidência, que visa impedir a participação de empresas envolvidas em denúncias e ou condenadas por participar de processos licitatórios investigados com prefeituras e principalmente com o município de Alta Floresta, ao mesmo tempo anunciou a convocação para “reunião”, com o empresário investigado a portas fechadas com os seus pares.

Alguns vereadores, como o vereador Dida Pires, anunciou de pronto que não fará parte desta reunião, que considerou “um absurdo” e repudiou o pedido por parte do empresário que ele considera que “tem que se explicar é na justiça e não agora que já foi sentenciado a devolver quase um milhão de reais, querer agora, aos 45 do segundo tempo, apresentar suas “versões do crime” sobre o que já é um fato julgado”.

Em conversa com outros vereadores, tanto da base do prefeito, quanto contrários disseram estar bastante incomodados com o pedido do empresário, e que na verdade, a opinião dos vereadores não terá qualquer peso nas investigações em andamento contra o prefeito e as empresas e empresários envolvidos.

Já que o Ministério Público, na pessoa da promotora Carina Sfredo Dalmolin, já alcançou seu objetivo de reunir provas irrefutáveis que mostram ter havido um criminoso esquema de superfaturamento de materiais de construção, com responsabilização direta por atos de improbidade, da parte do prefeito Aziel Bezerra (MDB) e demais envolvidos, não cabe agora aos vereadores dar ouvidos ao que já está sentenciado liminarmente, a não ser que alguns deles queiram agir como advogados de defesa em prol dos acusados.

Resta saber agora se a maioria irá acatar a solicitação do empresário, e se a estranha reunião, que mais parece ser um pedido de “julgamento político”, será realizada, alguns vereadores informaram que a data prevista seria marcada já para a próxima semana.

Na minha opinião, melhor seria mesmo que os vereadores promovessem uma sessão específica, em forma de audiência pública, para que tal empresário se esclarecesse a toda sociedade, e que convidassem também a Promotoria de Justiça do Estado de Mato Grosso, para participar do pitoresco “evento didático” e não a portas fechadas apenas com alguns vereadores.

VEJA O VÍDEO COM O PEDIDO DA “REUNIÃO” ANUNCIADA PELO PRESIDENTE DA CÂMARA:

VEJA ABAIXO O PROJETO DO VEREADOR EMERSON MACHADO APRESENTADO NO PLENÁRIO, QUE IMPEDE LICITAÇÕES COM EMPRESAS INVESTIGADAS:

PL 013-2019 - ESM - veda empresas investigadas participar licitações e contratar com o municpio
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