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Vacina contra Meningite será oferecida pelo Ministério da Saúde na rede pública pelo SUS

(Last Updated On: 17 de maio de 2020)

O Programa Nacional de Imunização (PNI), por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), irá dispor do imunizante conjugado que protege 4 sorotipos da Meningite, desde a mais grave, a bacteriana, como as mais comuns (A,C, W e Y).

No Brasil, a vacina ACWY só está disponível por enquanto na rede privada, ao custo de aproximadamente R$ 300 a dose.

No sistema público de saúde, hoje em dia são oferecidas apenas as contra soropositivo C, que são mais utilizadas por bebês e adolescentes, já as novas vacinas serão indicadas a princípio para grupos de adolescentes, posteriormente passaria a ser aplicada nos bebês, em substituição as que são aplicadas hoje pelo SUS.

Mesmo estando o soropositivo B, como o segundo mais comum nos grupos de meningite bacterianas, na avaliação do Ministério da Saúde, em termos epidemiológicos, incluir a ACWY será de grande importância devido a incidência gradativa do soropositivo W em alguns Estados do Brasil e no mundo.

“O que a gente está vendo é essa tendência de mudança. A incidência da B continua a mesma e a incidência da W está subindo. Em Santa Catarina, isso já é um fato e já estamos começando a ver em outras localidades”, destacou Carla, que disse que Ceará e São Paulo também começam a registrar aumento de infecções causadas pelo sorotipo W.

“Esse já é o sorotipo mais prevalente em países da Europa, no Canadá, na Austrália”, completou Marco Aurélio Sáfadi, membro da Comissão Técnica para Revisão dos Calendários Vacinais da SBIm.

Ele explica ainda que o aumento dessa cepa em Santa Catarina pode estar relacionado ao grande fluxo de turistas da Argentina, onde esse é um sorotipo mais comum.

Limitação

A decisão governamental esbarra, no entanto, numa limitação da indústria farmacêutica. No primeiro pregão realizado pelo ministério no ano passado para receber propostas de interessados em vender o imunizante, não houve interessados.

“O ministério já deu autorização e teremos a verba. Agora só falta laboratório para produzir”, explicou ela, em evento da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) realizado na manhã desta quarta-feira, 17.

Segundo Carla, a concorrência não atraiu empresas interessadas por causa da dificuldade de atender a demanda de um país populoso como o Brasil.

“Os laboratórios não têm capacidade produtiva ainda para fornecer milhões de doses de uma hora para a outra. É um processo de produção complexo”, disse.

O fato de o sorotipo W ser o mais prevalente em outros países também faz a demanda pela vacina aumentar no mundo e diminuir a capacidade de os laboratórios produzirem para um novo mercado, afirmou Sáfadi. No Brasil, a vacina ACWY só está disponível por enquanto na rede privada, ao custo de aproximadamente R$ 300 a dose.

Questionado sobre mais detalhes sobre a incorporação da vacina meningo ACWY, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que deverá publicar nos próximos dias o pregão de compra do imunizante, mas negou que ela será incorporada por causa do aumento da incidência de meningite do tipo W.

De acordo com a pasta, a ação foi motivada pela redução, no ano passado, da produção e distribuição da meningocócica C pelo único laboratório produtor mundial.

“Sendo assim, não se trata de incorporação de nova vacina, mas substituição momentânea”, disse o ministério.

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