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Desemprego bate recorde na pandemia e atinge 13,7 milhões

(Last Updated On: 18 de setembro de 2020)

Bruno Felipe / Com informações G1

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na sexta-feira passada (18/09) dados sobre a situação de brasileiros desempregados.

Os dados revelam que o desemprego diante da pandemia voltou a crescer na quarta semana de agosto, na comparação com a anterior, atingindo o maior patamar desde maio, quando teve início a pesquisa.

De acordo com o levantamento, entre a terceira e a quarta semana de agosto aumentou em mais de 1 milhão o número de desempregados no país, chegando a cerca de 13,7 milhões o total de trabalhadores em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. Com isso, a taxa de desemprego subiu de 13,2% para 14,3%, a maior desde o início do levantamento, em maio deste ano, quando ela era de 10,5%. Segundo a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, o aumento do desemprego pode estar diretamente relacionado com o avanço da flexibilização do isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus.

O levantamento foi feito entre os dias 13 e 29 de agosto por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. A pesquisa mostrou que “o número de pessoas que ficaram rigorosamente isoladas diminuiu pela segunda semana seguida”. O levantamento revelou ainda que na quarta semana de agosto somavam 38,9 milhões o número de pessoas em isolamento social rígido, o que representa uma queda de 6,5% em relação à semana anterior, quando esse contingente era de 41,6 milhões. Já a parcela da população que ficou em casa e só saiu por necessidade permaneceu estável. São 88,6 milhões de pessoas nessa situação, representando 41,9% da população do país.

Também houve estabilidade no contingente dos que não estavam em isolamento social, chegando a 5 milhões de pessoas, assim como permaneceu estável o contingente de 77 milhões dos que reduziram o contato, mas que continuaram saindo de casa ou recebendo visitas. “A gente está vendo uma maior flexibilidade das pessoas, uma maior locomoção em relação ao mercado de trabalho, pressionando o mercado de trabalho, buscando emprego. E esses indicadores ficam refletidos no modo como eles estão se comportando em relação ao distanciamento social”, enfatizou a coordenadora da pesquisa.

No mesmo período, diminuiu em cerca de 500 mil o número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho, o que corresponde a uma queda de aproximadamente 0,7%, o que o IBGE considera como estabilidade. A pesquisa mostrou, ainda, que reduziu em cerca de 360 mil o número de pessoas que estavam afastadas do local de trabalho devido ao isolamento social. Eram 3,6 milhões de trabalhadores nesta situação na última semana de agosto, o que representava 4,4% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho. Uma semana antes, essa taxa era de 4,8%. Na primeira semana de agosto, 19,8% dos trabalhadores ocupados estavam afastados do trabalho em função da pandemia. Esse contingente manteve queda semanalmente.

 

Já o trabalho remoto, o chamado home office, permaneceu estável em cerca de 8,3 milhões de trabalhadores nesta condição. Esse número chegou a 8,9 milhões na quinta semana de maio. De acordo com o IBGE, somavam cerca de 27,9 milhões o número de pessoas trabalhando na informalidade na última semana de agosto, cerca de 300 mil a mais que na semana anterior. Com isso, a taxa de informalidade ficou em 34%, acima dos 33,4% registrada na terceira semana de agosto. Apesar da alta, o IBGE considera como estabilidade do indicador. Já na comparação com a primeira semana de maio, quando esse contingente somava cerca de 30 milhões de pessoas, a taxa de informalidade teve queda de 1,7 ponto percentual – era de 35,7% no início do levantamento.

Segundo o IBGE, a informalidade é a via de mais fácil acesso ao mercado de trabalho e, por isso, sofre oscilações com maior facilidade que a população ocupada ou desempregada. Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas. Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, e apontaram uma alta do desemprego para 13,3%, com queda recorde no número de ocupados.

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