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Sucessor do padre que assediou mulher em Carlinda diz que menina de 10 anos estuprada “gosta de dar”

(Last Updated On: 28 de fevereiro de 2024)

Danny Bueno/Da redação

“Duvido uma menina ser abusada com 6 anos por 4 anos e não falar. Aposto minha cara. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocentekkk. Gosta de dar então assuma as consequências”

Em meio a enorme polêmica social causada diante do estupro de uma menina de 10 anos no Estado do Espírito Santo, o Padre Ramiro José Perotto, de Carlinda/MT (755 km de Cuiabá), sucessor ex-paroco Vailto Venâncio Filho, que foi gravado por câmera da própria paróquia em assédio explícito, ao apalpar as nádegas de uma das secretárias paroquiais, causou outro enorme rebuliço nas redes sociais ao discutir com fiéis em seu perfil do Facebook, demonstrando ser defensor do estuprador pelo fato da menina ter suportado por 4 anos em silêncio aos abusos que sofreu até ser engravidada.

A polêmica começou devido a uma postagem em que o Padre Ramiro dizia não concordar com a inocência da criança, e nas suas próprias palavras, ao que ele classificou como “opinião”, disse que:

“Duvido uma menina ser abusada com 6 anos por 4 anos e não falar. Aposto minha cara. Ela compactuou com tudo e agora é menina inocentekkk. Gosta de dar então assuma as consequências”

Após o comentário diversas pessoas indignadas saíram em defesa da menor e julgaram ser repugnantes as palavras proferidas pelo sacerdote da igreja católica de Carlinda. Mesmo assim, o padre sustentou sua oratória contra um dos que protestavam, reafirmando em mais um trecho que:

“Você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai Noel também. 6 anos, por 4anos e não disse nada. Claro tava gostando. Por favor,kkk, gosta de dar, então assuma as consequências…”

Entramos em contato com o padre Ramiro José Perotto e questionamos se ele realmente acreditava na culpa da menina em ter sido estuprada pelo seu tio, e ele foi taxativo em dizer que era a sua opinião e não tinha qualquer problema assumir aquilo que postou, pois tratava de uma opinião pessoal da qual ele não faria nenhuma questão de mudar.

Perguntado o porquê então retirou a postagem do perfil sendo que não tinha nada que o condenasse, o mesmo disse que se sentiu ofendido por pessoas que o atacaram nos comentários e que por isso decidiu apagar a postagem.

Quando perguntamos se o mesmo não teria primeiro ofendido a honra da menina ao acusá-la de “gostar de dar”, sendo que a mesma não tinha qualquer meio de se defender sobre tais “opiniões”, o padre Ramiro Perotto passou a proferir xingamentos, como “babaca” e por fim desligou a ligação antes mesmo de nos responder.

O fato é que, para a paróquia de Carlinda, que ainda nem se recuperou de um escândalo de assédio de proporções nacionais, essa nova postura advinda justamente daquele que veio a suceder o antigo padre afastado, trás a tona uma trágica realidade quanto ao comportamento e direcionamento que algumas igrejas do país estão sujeitas nas mãos de lideranças religiosas desprovidas de sensibilidade e empatia com o próximo, além de visível despreparo espiritual diante de causas tão emblemáticas, traumáticas e monstruosas que assolam o universo da menina a mulher brasileira.

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