Celeste Lustosa
Há dez anos visitei a Austrália pela primeira vez e há nove anos moro em Adelaide, Capital da Austrália do Sul. Onde vou, me perguntam por que resolvi mudar do Brasil ou me puxam para umas dicas sobre como imigrar.
A verdade é que não sei a resposta certa para nenhuma dessas perguntas. Imigrar e recomeçar é uma das coisas mais solitárias que você pode fazer.
Mas, claro que vem com recompensas. Eu não acredito que as pessoas se mudam para outros países apenas em busca de dinheiro e sim em busca de melhor qualidade de vida para elas e seus familiares.
Minha experiência é a de uma imigrante e não refugiada – casos completamente diferentes. Refugiados são deixados sem opção e se mudam para sobreviver. Mas, aí vem a pergunta: “por que alguém como eu – com família, emprego e amigos em Cuiabá – decidiu se mudar para um lugar tão longe e desconhecido?
O mesmo motivo que citei acima – qualidade de vida.
Meu primeiro emprego na Austrália foi como repórter do jornal de uma cidade de interior chamada Roxby Downs. Cidade muito pequena, sem entretenimento, lugar para compras, mas com a oportunidade de estabelecer minha carreira aqui.
Fiquei 3 anos e meio no interior. Os feriados chegavam, as pessoas iam visitar amigos e familiares e só me restava uma cidade deserta, sem nada pra fazer e a solidão. É o que chamam de estar “homesick” – doente pela sua casa, saudade do lar.
Fiquei homesick incontáveis vezes e ainda fico. Como disse acima, ser imigrante é extremamente solitário – você perde aniversários, casamentos, nascimentos e funerais. É como morrer na vida de muita gente que ficou para trás porque você geralmente vira uma memória. Você não está presente em momentos que todas as outras pessoas da sua vida estão.
“Você sente falta de paisagens, comidas, programas de tv, mas também aprende muito”
Você sente falta de paisagens, comidas, programas de tv, mas também aprende muito, conhece novas culturas, cresce e aprende que precisa ser forte se quiser continuar ou precisa fazer a mala e voltar – o que muitas pessoas fazem.
Eu me mudei e hoje vivo em uma casa sem muros e minha porta não precisa estar trancada o tempo todo. Eu me mudei e o governo me assegura saúde e educação pública com qualidade melhor que a particular. Porque minha rua (e todas as outras ruas) são limpas e os parques são impecáveis.
Nenhum lugar do mundo é perfeito e pessoas moram em toda parte, mas eu me mudei porque, comparando com o Brasil, eu durmo em paz sabendo que eu, meu enteado e meu filho estamos seguros na Austrália.
Hoje sou mãe e mulher de australiano e tenho dupla cidadania. Mas, se me perguntarem qual é minha nacionalidade, a resposta é e será sempre: brasileira. Mas se perguntarem se eu voltaria para o Brasil, minha resposta será, não!
Uma vida dupla não é para todo mundo, mas é para mim.
Celeste Lustosa é formada em Comunicacao Social pela UFMT e gerente de comunicação do Instituto de Desenvolvimento Urbano da Austrália Construindo um lar longe de casa Construindo um lar longe de casa Nenhum lugar do mundo é perfeito e pessoas moram em toda parte, mas eu me mudei porque, comparando com o Brasil, eu durmo em paz
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LINK DA NOTÍCIA:Construindo um lar longe de casa
FONTE: RD NEWS
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