Site icon MatoGrossoAoVivo

Vereador de Alta Floresta confronta preços de licitação “suspensa” com valores do comércio local

(Last Updated On: 20 de maio de 2020)

FORA DA REALIDADE | 

Mesmo após a prefeita de Alta Floresta ter anunciado a suspensão temporária de todos processos licitatórios na área do setor de obras, por meio de um comunicado feito à imprensa, Marinéia Munhoz (PSD), prefeita interina, que se encontra em viagem, o vereador Dida Pires (PPS), fez uma consulta ao comércio local para comprovar a disparidade nos preços anunciados pelo setor de licitação do executivo municipal.

Apesar de estar a frente do município por apenas 90 dias, na condição de prefeita interina, até que o prefeito oficial Asiel Bezerra retorne de um tratamento médico, Marinéia Munhoz enfrentou esta semana uma enxurrada de protestos por grande parte dos 13 vereadores que compõem a casa de leis municipal.

O embate se deu a partir de uma denúncia feita na tribuna da Câmara Municipal, pela vereadora Elisa Gomes (PDT), que apresentou documento oficial expedido pelo município, para contratação de empresa que deverá gerir a compra e a aplicação dos serviços de recapeamento, operação tapa buraco e lama asfáltica no município, com valores absurdamente acima dos praticados pelo comércio local e nacional, segundo a vereadora.

VEJA A LISTA DE COMPRAS:

Materiais licitados pela prefeitura

Não satisfeito apenas com as afirmações da vereadora Elisa Gomes, quanto aos valores abusivos apresentados durante a última sessão na Câmara Municipal, o vereador Dida Pires, que já havia pronunciado na mesma sessão a sua intenção em promover a criação de uma “comissão” para auditar os valores de todos os itens apresentados, partiu do discurso para a prática e saiu pessoalmente a visitar algumas empresas do comércio local para fazer um levantamento do custo real do cimento que poderá ser utilizado na execução das obras.

LEIA TAMBÉM:

Vereadora denuncia licitação “escandalosa” em Alta Floresta e Câmara “compra briga” contra prefeitura

Em duas empresas consultadas pelo vereador, a Daparé Materiais para Construção e a JM Materiais para Construção, percebe-se de longe uma enorme diferença nos valores expostos pela licitação e os praticados no comércio local.

Conforme documentos abaixo apresentados, os orçamentos foram feitos pelas empresas justamente em nome da Prefeitura Municipal e trazem os seguintes valores:

DAPARÉ:                                                                                                     CERTAME DA PREFEITURA:

CIMENTO VOTORAN – 50 kg                                | R$ 29,00 |                                      |  R$ 32,97 |

CIMENTO VOTORAN – OBRAS ESTRUTURAIS  | R$ 31,00 |                                        | R$ 42,64 |

___________________________________________

JM MATERIAIS:                                                                                        CERTAME DA PREFEITURA:

CIMENTO VOTORAN – OBRAS                                | R$ 27,50 |                                    | R$ 42,64 |

___________________________________________

ORÇAMENTO I:

orcamento1

ORÇAMENTO II:

orcamento3

 

Diante dos valores diferenciados constatados com a apenas a consulta de um dos itens da licitação, o vereador declara que estará realizando novas consultas para aprofundar ainda mais quantas disparidades de preço são encontradas na lista criada pela prefeitura.

Cabe também ao Ministério Público Estadual começar a acompanhar bem de perto esta questão, pois a grande pergunta que ficou no ar após as denúncias apresentadas pela vereadora, e que teve adesão inclusive de aliados da atual prefeita é, de onde saíram estes valores que o setor de licitação da prefeitura municipal estava disposto a pagar a empresa que viesse a vencer o processo licitatório?

Sair da versão mobile