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Alta no preço da carne de boi compromete movimento de restaurantes de Alta Floresta e festas de fim de ano

(Last Updated On: 25 de novembro de 2019)

Segundo donos de restaurantes e churrascaria fica impossível absorver a alta no preço da arroba da carne sem repassar aos clientes.

Já para quem lida no dia a dia com os aumentos, em alguns casos a peça escolhida pode variar em até 72% de alta.

Entrevistamos donos de restaurantes do município de Alta Floresta e constatamos que eles tem feito um verdadeiro malabarismo para conseguir manter a clientela diante dos constantes aumentos no preço da carne bovina na região, que compreende Alta Floresta e demais municípios vizinhos, que de Setembro para cá saiu de R$ 150,00 a arroba para R$ 208,00, um percentual de mais de 26%.

Já em outros Estados do pais, a exemplo de São Paulo esse aumento chegou a 34% o quilo, chegando a custar atualmente R$ 228,00, conforme informa o Jornal Folha de São Paulo em edição da semana passada.

Uma churrascaria tradicional do município repassou os valores das peças de “carne de corte”, compradas separadamente, mesmo em grande quantidade, tiveram aumentos exorbitantes, nunca antes sentidos na região, chegando a pagar cerca de 72% a mais em algumas partes do animal, que refletem diretamente no preço dos rodízios elaborados e até das marmitas elaboradas no comércio.

Algumas marmitas recheadas de 4 a 5 tipos de carnes bovinas, que já custaram R$ 15,00 durante mais de um ano, não podem ser vendidas atualmente por menos de R$ 20,00.

Segundo o proprietário, uma peça de Colchão Duro que antes custava R$ 22,00 o quilo, está custando R$33,00, alta de mais de 50%, o Colchão Mole saiu de R$ 18,00 para R$ 31,00, 72,2% de aumento, já a Alcatra que antes ele pagava R$ 25,00 o quilo, agora tem que pagar R$ 37,00, 38,6% de alta repentina, em menos de 40 dias, e assim sucessivamente as carnes mais nobres.

Segundo os economistas, o aumento generalizado na carne bovina nacional se deve ao fato de que, como o preço da carne está alto, cresce a procura por produtos de segunda, pressionando os valores para cima. É a regra da oferta e demanda.

A esperada alta no preço das carnes já começou a chegar ao consumidor. Por causa do apetite chinês, que aumentou as importações de carnes do Brasil, a arroba do boi subiu nas últimas semanas, e o repasse já começa a chegar nas gôndolas.

O Brasil, o principal exportador mundial de carne bovina e de frango, foi beneficiado por essa demanda chinesa. E essa demanda veio justamente na entressafra do boi, quando a oferta é menor e quando o consumo interno aumenta devido às festas de fim de ano.

E o movimento de alta deve continuar, pressionando os preços para as festas de fim de ano impactando ainda mais o bolso do consumidor final, que terá que recorrer a outras opções de carne, como o frango ou porco nas comemorações, se bem que este último também acompanhou alta do mercado bovino.

Com os preços altos, é natural que os consumidores tendem a substituir itens na alimentação. De acordo com o pesquisador do Cepea/USP, a redução da demanda é a única forma de ver os preços baixarem:

O alto preço da carne bovina também eleva o da carne suína e o da carne de frango. Mas, o frango tem uma lógica mais rápida, em 45 dias tenho um frango pronto para o abate. Se o consumidor deixar de consumir boi e porco, pode ter mais oferta e, assim, é mais provável que os preços baixem.

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