Site icon MatoGrossoAoVivo

Conscientização da família ainda é desafio do SUS

(Last Updated On: 28 de setembro de 2020)

Bruno Felipe / Com informações SES/MT

Foi celebrado no último domingo (27/09), em todo o Brasil, o Dia Nacional de Doação de Órgãos. O estado de Mato Grosso está entre os Estados de referência no transplante de córnea e rim.

De acordo com dados da Gerência de Acompanhamento e Controle de Transplantes da SES, em 2019 foram realizados 131 transplantes de córneas. Desses, apenas três eram doadores de Mato Grosso.

Devido à pandemia pela Covid-19, neste ano, a redução no número de doações foi ainda mais acentuada. Dados mostram que foram realizados 73 transplantes, sendo 71 de córneas e dois de rim. Do total de transplantes ocorridos neste ano, somente um doador era de Mato Grosso. O transplante renal foi reativado em janeiro deste ano pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), após mais de uma década paralisado.

Apesar da referência, ainda é baixo o número de doadores no próprio estado, pois há famílias que não são conscientes sobre a importância desse gesto e resistem em decidirem em prol do amor e solidariedade, situação que desafia o Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito estadual. Além da baixa taxa de autorização da família do doador falecido e a negativa de doadores vivos, também está entre os fatores que limitam a doação de órgãos e tecidos a subnotificação dos casos suspeitos de morte encefálica, pois a demora na notificação por parte dos hospitais ocasiona a impossibilidade de concluir o diagnóstico ou inviabiliza os órgãos/tecidos para doação.

A retomada da captação e transplante em Mato Grosso segue os critérios estabelecidos pelo Sistema Nacional de Transplante (SNT). Para que o processo seja seguro e tenha os resultados esperados, a nova conduta exige que o doador, o paciente receptor e a equipe médica que irá realizar o procedimento façam exames a fim de detectar ou não a Covid-19. Um único doador pode beneficiar até 25 pessoas de outras localidades do país com o transplante de órgãos e tecidos. Se for morte encefálica confirmada e a equipe médica tem a autorização da família para que ocorra a retirada dos órgãos, o hospital entra em contato com a Central Estadual de Transplantes, que por sua vez inicia o processo de avaliação e validação do doador e a realização de testes de compatibilidade entre o potencial doador e os potenciais receptores da lista nacional de espera, além de exames de coronavírus.

O doador vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela Lei, parentes até quarto grau e conjugues podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial. Para isso, é necessário que o voluntário tenha sido submetido a uma rigorosa investigação clínica, laboratorial e de imagem, e esteja em condições satisfatórias de saúde, possibilitando que a doação seja realizada dentro de um limite de risco aceitável. O único cadastro de doadores existente no Brasil é o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), realizado nos Hemocentros públicos. O interessado poderá se cadastrar como doador voluntário de medula óssea na sede do MT Hemocentro, em Cuiabá.

Sair da versão mobile