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Sérgio Chapelin deixa o Globo Repórter e entra para história do jornalismo após 46 anos de profissão

(Last Updated On: 30 de setembro de 2019)

Chapelin apresentou o primeiro programa – em abril de 1973, deixou a bancada do Globo Repórter após 46 anos de jornalismo. Reveja alguns momentos desta carreira brilhante.

Sérgio Chapelin se despede do Globo Repórter após 26 anos apresentando o programa e 46 anos de carreira.

Nesta sexta (27), após 46 anos no ar, o apresentador se despediu do programa. Veja alguns momentos por trás das câmeras.

 

Neste momento emocionante de despedida, o apresentador relembrou alguns momentos da trajetória do programa. A partir da próxima semana, as jornalistas Glória Maria e Sandra Annenberg vão levar o mundo para dentro da sua casa.

A História
Nascido no dia 12 de maio de 1941, Sérgio Vieira Chapelin iniciou sua carreira no rádio e, aos 18 anos, mudou-se de Valença, interior do Rio de Janeiro, para a capital fluminense. Entre 1962 e 1964, apresentou noticiários na Rádio Nacional e na Rádio Jornal do Brasil. Nos anos seguintes, continuou trabalhando com locução.

Sua história na TV começou em 1972, quando foi contratado pela Globo. Sua primeira apresentação foi no Jornal Hoje e, no mesmo ano, foi deslocado para fazer parceria com Cid Moreira no Jornal Nacional.

Dividindo-se com o JN, ele ingressou na equipe do Globo Repórter em 1973, permanecendo no posto até 1983. Chapelin revelou que um dos momentos mais emblemáticos dentro da atração semanal foi a gravação do episódio piloto calçando sandálias, pois era verão.

— Era normal irmos assim nos períodos de calor. Levávamos um paletozinho, porque não tinha maquiagem, não tinha guarda-roupa, não tinha nada. Como, para fazer o Jornal Nacional, eu vinha daquele jeito, fui assim gravar o programa teste para o Globo Repórter. Cheguei e tinha um cenário, com poltrona, sentei lá. Só vesti paletó e gravata. Lembro que recebi um bilhete bem humorado, mas dizendo assim: “Chapelin, amanhã vamos gravar de novo, mas vem de sapato, meia, calça, cueca, camisa, gravata”.

Chapelin em o primeiro apresentador do “Globo Repórter em 1973 – (Foto: Reprodução / Globo)
Além do Globo Repórter e do Jornal Nacional, Chapelin também foi o apresentador da estreia do Fantástico, em 1973, sempre fazendo participações eventuais. Entre 1974 e 1982, alternou-se entre ancoragens do Jornal da Noite, o Jornal Internacional e Jornal Amanhã. Em 1983, ele deixou a emissora por um ano, indo para o SBT.
Chapelin entra para a história do jornalismo como um dos ícones no acervo da memória da população brasileira.

De volta à Globo, reassumiu a apresentação do Fantástico. Segundo ele, uma das notícias mais marcantes neste retorno foi o anúncio da morte de Tancredo Neves, em Abril de 1985:

Eu entrei no cenário do Jornal Nacional especial preparado para a morte do Tancredo. Entrei lá com a roupa que estava no Fantástico. No primeiro intervalo que deu, troquei a gravata escura, porque eu estava com uma muito alegre. Chegou a Leda Nagle e ficamos os dois apresentando: entraram pessoas sendo entrevistadas, peguei aquele texto imenso contanto toda a história política do Tancredo — contou ao Memória Globo.

Em 1986, ele se dividiu mais uma vez entre o Fantástico e o Globo Repórter. Três anos depois, voltou ao Jornal Nacional em mais uma parceria com Cid Moreira – por mais 10 anos.

Definindo o Globo Repórter como um “um programa de aventura, sempre tratando de assuntos que despertam certa curiosidade do telespectador, com linguagem de televisão”, Chapelin reassumiu o comando do programa em 1996. Depois de 23 anos, ele se despediu da atração nesta sexta-feira (27), após ter decidido se aposentar.

Entre os momentos marcantes das últimas duas décadas, um em 2005 foi especial: Chapelin deixou os estúdios do Globo Repórter pela primeira vez. Naquele programa, ele visitou os bastidores do Sítio do Picapau Amarelo nos Estúdios Globo. Cinco anos depois, a atração ganhou a entrada de Glória Maria, que passou a ser responsável pelas reportagens e algumas apresentações.

No ano passado, quando o Globo Repórter completou 45 anos, Chapelin disse que “o programa começou com uma equipe de cinema” (de nomes como Paulo Gil Soares, Eduardo Coutinho, Washington Novaes, Luiz Lobo e Luiz Carlos Maciel) e depois ganhou uma cara mais “documental”:

— Temos o compromisso de ser um programa de informação, entretenimento, cultura. Foi nessa linha que o Globo Repórter ganhou fôlego. Todo mundo quer ver. Todo mundo gosta.

NOVAS APRESENTADORAS

A voz e a presença inconfundível de Sérgio Chapelin como apresentador do “Globo Repórter” nas noites de sexta-feira têm lugar garantido na memória do público e dos colegas de trabalho que acompanharam sua trajetória, há 26 anos.

O apresentador, que participou da estreia do programa na década de 1970, encerrou seu ciclo à frente da atração nesta sexta-feira, dia 27, falando sobre a natureza selvagem da região do Serengeti, na África. A partir do próximo dia 4 de outubro, o “Globo Repórter” será apresentado por Glória Maria e Sandra Annenberg.

— Estive na maior parte dessa história primorosa do “Globo Repórter”, e isso me deixa muito feliz. Da primeira fase do programa, mais documental, passando pela fase em que éramos mais factuais, até o momento atual, quando falamos sobre todos os assuntos. Saio com a sensação de dever cumprido” — diz Chapelin, que começou a carreira no rádio e também apresentou o “Jornal Nacional”.

— Minha trajetória na televisão era tudo o que eu poderia desejar na vida. Sou muito grato ao público e aos colegas por todo esse carinho e simpatia. Eu me sinto muito honrado.

Gloria Maria dividiu com Chapelin a apresentação de alguns programas do “Globo Repórter” e falou com carinho sobre o colega.

— Chapelin faz parte da minha vida. Começamos praticamente juntos. Cheguei aqui três anos depois dele e nunca nos separamos. Agora, são duas apresentadoras, cada uma com a sua trajetória e experiência. Nós não podemos substituí-lo porque não tem como. Vamos fazer uma coisa diferente — afirma Gloria Maria.

Para Sandra Annenberg, será uma honra substituir uma de suas maiores referências na profissão:

— Quando comecei no jornalismo da Globo, em 1991, fui a primeira apresentadora do tempo do “Jornal Nacional” e era chamada toda noite pelo Sérgio e pelo Cid Moreira. Ele é uma inspiração e me sinto honrada. Na verdade, o Sérgio é insubstituível. A voz dele ficará para sempre ecoando nos nossos ouvidos.

ASSISTA A DESPEDIDA NO NOVO CENÁRIO DO GLOBO REPÓRTER:

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