Ela foi presa nesta segunda-feira (19/5), durante a Operação Azoth da Polícia Civil do Amazonas.
Em outro episódio do podcast, Sophia Livas também falou sobre cardiopatia e afirmou ter atuado como gestora de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). No mesmo trecho, chegou a criticar profissionais da área.
“Eu fui gestora de uma UBS. Me chamava muito atenção a forma de como uma notícia era dada muitas vezes por um profissional que sequer sabia o que estava falando”, diz Sophia durante o podcast.
Após a repercussão da prisão, o canal do podcast e as redes sociais de Sophia foram desativados. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar a defesa da suspeita.
Prisão da falsa médica
A Polícia Civil informou que Sophia Livas é formada em Educação Física, mas atuava ilegalmente como médica especialista no tratamento de crianças cardiopatas. Ela realizava atendimentos em hospitais públicos, clínicas particulares e dava aulas como professora voluntária em faculdades de medicina em Manaus.
Durante as investigações, foi descoberto que ela obteve, dentro do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), o carimbo de uma médica verdadeira que compartilhava o mesmo primeiro nome. Com esse carimbo, Sophia passou a realizar consultas de forma independente.
Este é o segundo caso recente de falsos médicos atuando na cidade. No final de abril, Gabriel Ketzel da Silva, de 28 anos, foi preso por se passar por médico, após atuar ilegalmente por pelo menos dois anos, principalmente no atendimento a crianças.
As investigações sobre Sophia começaram há cerca de um mês, como desdobramento de uma operação do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) que levou à prisão do falso médico anterior. Desde então, surgiram denúncias contra ela, que prestava atendimento a crianças com graves cardiopatias.
Em nota, o Hospital Universitário Getúlio Vargas informou que Sophia Livas nunca atuou como médica na unidade e não há registros de atendimentos feitos por ela. Segundo o hospital, ela foi aluna de mestrado na Universidade Federal do Amazonas como educadora física e, após concluir o curso, não mantém qualquer vínculo com a instituição.
O HUGV afirmou ainda que está à disposição da polícia para colaborar com as investigações.
Já o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) informou que, até o momento, não recebeu denúncia formal sobre a atuação de Sophia como falsa médica.
O órgão afirmou que, sempre que recebe indícios de exercício ilegal da medicina, repassa as informações às autoridades competentes. O Cremam também orienta que a população pode consultar a regularidade de médicos no site do Conselho Federal de Medicina.
A Justiça decretou a prisão preventiva de Sophia. Segundo a Polícia Civil, ela deve ser indiciada pelos seguintes crimes:
- Falsa identidade
- Falsidade ideológica
- Exercício ilegal da medicina
- Estelionato contra vulnerável
- Falsidade material de atestado
- Curandeirismo
- Charlatanismo
Ela será encaminhada à audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça para responder pelos delitos.
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