Bruno Felipe / Com informações O LIVRE
A capital de Mato Grosso, Cuiabá, tem pouco mais de 3.266 km² de extensão territorial.
Para chegar ao prejuízo causado pelas queimadas no Estado, somente em 2020, é preciso multiplicar esse valor por cinco. A situação é crítica. Segundo o Instituto Centro de Vida (ICV), o resultado dessa conta aponta para 1,7 milhão de hectares já atingidos pelo fogo.
Os dados revelam ainda que o território incendiado equivale a uma área cerca de onze vezes maior que o território da cidade de São Paulo. Os dados consideram as áreas atingidas por queimadas entre janeiro e 17 de agosto. Neste período, o Pantanal, proporcionalmente, foi o bioma mais impactado. A área de vegetação nativa queimada equivale a nove vezes o quantitativo de desmatamento nos últimos dois anos na região. A relação entre as duas formas de degradação do meio ambiente fica evidente em uma nota técnica elaborada pelo ICV. No documento, a entidade apresenta as áreas afetadas pelos incêndios e revela que propriedades privadas estão em primeiro lugar.
O levantamento é assinado por Vinicius Silgueiro, Ana Paula Valdiones e Paula Bernasconi. De acordo com o ICV, os imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), ou seja, regulares perante ao governo, contabilizam 874 mil hectares afetados. Áreas não cadastradas, que tiveram 367 mil hectares consumidos pelo fogo, aparecem em segundo lugar. “O dado também é um indicador da origem da queimada, principalmente, nos imóveis rurais privados, de uso agropecuário. Mostra a associação do uso do fogo na sequência do desmatamento para a limpeza da área”, explica Vinícius.
Em Mato Grosso, o período proibitivo das queimadas foi antecipado em função da pandemia do novo coronavírus. Ao longo dos quase 50 dias da proibição, o Pantanal registrou 480 mil hectares de áreas atingidas por incêndios. Combinando dados dos focos de calor e a interpretação de sequência de imagens, o ICV identificou que nove pontos iniciais de incêndio afetaram cerca de 324 mil hectares.
Isso representa 67,5% da área total atingida pelo fogo. O início desses focos concentrou-se num período de 25 dias. O primeiro teve início no dia 11 de julho e o último no dia 4 de agosto. Em 17 de agosto, sete dessas nove maiores áreas de incêndios ainda estavam ativas. Sete dos nove pontos estão no município de Poconé e dois em Barão de Melgaço. (Com Assessoria)
- Após cassação, 2ª dama de Alta Floresta abandona prefeitura para “empreender” - 5 de maio de 2025
- Cai o ministro de Lula que admitiu roubo nas contas dos aposentados do INSS - 3 de maio de 2025
- Janaina solta o verbo e acusa Fábio Garcia de “molecagem”, após recusa de emendas - 30 de abril de 2025









Adicionar comentário