Keydson Barcelos
Dizem que uma imagem fala mais que mil palavras. Concordo. As imagens, dinâmicas e estáticas, compõem meu universo de trabalho faz vinte anos. Da paixão à repulsa, experimentei diversas sensações que cenas, produzidas ou espontâneas, podem provocar.
Mas há, no arcabouço das imagens uma que, em especial, valorizo, aprecio e na qual acredito: a imagem do olhar. E, por esta razão, gostaria de compartilhar com você um sentimento que, utilizando a linguagem dos meus colegas jornalistas, é factual: em período de propaganda eleitoral, percebo que sobram palavras, mas faltam argumentos bem posicionados e devidamente endossados por um olhar verdadeiro.
Digo isso porque assisto a veiculação dos vídeos dos candidatos, regionais e nacionais, e constato, repetidamente, a ausência de verdade naquilo que estou vendo. Sinto falta do olhar crível – está cada vez mais raro encontrá-lo. No exercício da direção de imagens, atividade à qual venho me dedicado ao longo dos anos, procuro sempre, bem como sei que meus pares o fazem, captar o melhor que alguém tem a oferecer. Me sinto feliz de poder trabalhar ao lado de pessoas de grande valor e donas de convicções tais que proporcionaram a mim, como diretor, a oportunidade de registrar olhares verdadeiros. A verdade valoriza a imagem.
“Confronte o olhar, a promessa, as ideias e os projetos com as entregas, a conduta, a situação legal e o comportamento daquele que virá a receber seu voto”
No que se refere à propaganda política, não só como profissional, mas sobretudo como eleitor, além de assistir, recomendo que as pessoas façam o mesmo – e que, no exercício e na defesa da cidadania, confrontem aquilo que viram e ouviram com aquilo que está escrito, que foi notícia, que faz parte da história daquele que pede seu voto.
Confronte o olhar, a promessa, as ideias e os projetos com as entregas, a conduta, a situação legal e o comportamento daquele que virá a receber seu voto.
Só o olhar é suficiente para o convencimento? É certo que não. Mas ele é, creio nisso, um forte indicador do caráter. Quando o olhar não gera credibilidade, é importante, pelo menos, perguntar-se o motivo. Esta “regra” vale, primeiramente, para mim. Sou trabalhador, pai, esposo, filho, cidadão e me preocupo com a superficialidade, o descompromisso e a falta de verdade que observo em vários daqueles que se auto avaliam merecedores de receber votos e decidir o que será de nossa gente, de nossos recursos, nossos impostos, nossa segurança e nossa dignidade durante quatro anos.
Como profissional e cidadão, além de buscar enxergar a verdade dos candidatos, busco mostrá-la, perseguindo a qualidade e defendendo a transparência. E procuro ouvir, visto que a eficiência da comunicação se dá, basicamente, naquilo que o outro reteve – e não necessariamente no que foi emitido. Aliás, ouvir é algo que aprendi, antes de tudo, em casa, com a minha mãe – ela que tem respeito pelo próximo, sinceridade na fala e verdade no olhar, com uma credibilidade que dispensa alegorias e contraplanos.
Keydson Barcelos é profissional de Comunicação, empresário e diretor de filmes publicitários. E-mail: keydson@qaqfilmes.com.br A verdade no olhar A verdade no olhar Em período de propaganda eleitoral, percebo que sobram palavras, mas faltam argumentos bem posicionados e devidamente endossados por um olhar verdadeiro.
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LINK DA NOTÍCIA:A verdade no olhar
FONTE: RD NEWS
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