Na chuva, 500 pessoas vão às ruas contra Bolsonaro em Cuiabá – fotos e vídeos

Cerca de 500 manifestantes se reuniram no Monumento Ulisses Guimarães na avenida do CPA, em Cuiabá, na tarde deste sábado (29) para se unir contra o candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL). O ato também foi realizado em cerca de 90 cidades brasileiras e em outras 70 pelo mundo. 
A chuva que atingiu a Capital, nesta tarde, não afugentou o público, composto principalmente por mulheres que usaram o lilás, cor símbolo do feminismo, ou camisetas com os dizeres “Ele não”. Havia também homens, crianças e representantes de movimentos sociais, como entidades que lutam por direitos dos negros e dos LGBT+. Todos bradaram “Ele Não”, termo que se popularizou para demonstrar posicionamento contrário ao candidato à Presidência.

Galeria: Mulheres contra Bolsonaro em Cuiabá

O ato, intitulado “Mato-grossenses contra o fascismo”, foi iniciado nas redes sociais e teve como foco a discordância ao discurso de Bolsonaro. O candidato à Presidência deixou, na tarde deste sábado, o hospital Albert Einstein, após 22 dias internado em decorrência do atentado à faca que sofreu.
Bolsonaro é considerado a figura mais polêmica das eleições deste ano. Líder nas pesquisas, ele costuma fazer declarações consideradas homofóbicas, racistas e desrespeitosas às mulheres. O candidato já se manifestou contra a igualdade salarial e também afirmou que o nascimento de uma mulher representa uma “fraquejada”.
Conforme pesquisa Datafolha, divulgada na sexta (28), Bolsonaro tem rejeição correspondente a 52% entre o público feminino. Segundo o levantamento, encomendado pela TV Globo e pelo jornal Folha de São Paulo, a impopularidade do candidato entre as mulheres é quase duas vezes maior que a de Marina Silva (REDE), que figura na segunda colocação da lista, com 27% de rejeição.
O evento em Cuiabá começou por volta das 16h, de forma tranquila e com a presença de Policiais Militares nas proximidades. No ato, estiveram presentes movimentos sem ligações partidárias, além de grupos que representam siglas de esquerda. Não foi registrado nenhum conflito no ato. Apenas alguns motoristas que passavam buzinado e recebiam como resposta um coro de “Ele não” dos manifestantes.
Veja vídeo

 
Organizadores do ato estimam que cerca de 500 pessoas foram se manifestar contra Bolsonaro. No entanto, a Polícia Militar afirma que foram 150 participantes.
No interior do Estado, também ocorreram manifestações contra Bolsonaro. Na manhã deste sábado, houve protestos em Barra do Garças (509 km de Cuiabá), Rondonópolis (a 212 km de Cuiabá) e Cáceres (a 244 km de Cuiabá). Nos municípios, a maioria dos manifestantes também era composta por mulheres.
“Importante ato contra o fascismo”
Uma das organizadoras do evento da Capital e membro do movimento Mulheres na Luta, Naiana Gonçalves ressaltou a importância da manifestação. “É um ato contra o fascismo, que está crescendo no Brasil e em todo o mundo. Não estamos falando apenas do Bolsonaro, apesar de ele sintetizar, em sua figura, todos os aspectos para o retrocesso”, disse.
“Não é só ele. O “Ele Não” fala muito sobre nossa luta e necessidade de continuarmos unidas contra o fascismo. É uma tentativa de unirmos para a consciência das mulheres, e de todos os brasileiros, contra um rumo negativo para a sociedade. Queremos construir um projeto de sociedade que rompa com essas amarras da opressão e da exploração de classes”, acrescentou.
Representante do grupo Mães Pela Diversidade em Mato Grosso, Josi Marcone declarou que discursos como os de Bolsonaro não podem ser considerados normais.
“Nós, mães pela diversidade, lutamos contra o fascismo e contra essa pessoa que dissemina ódio contra nossos filhos. Não vamos admitir que um grupo de pessoas faça discurso que diz que nossos filhos merecem apanhar e morrer, porque são monstruosidades. Nossos filhos não são isso. Os amamos do modo como eles são. Mexeu com uma mãe, mexeu com todas”, declarou.
Entre os manifestantes estava a jornalista Priscila Mendes, que destacou a importância de combater discursos que disseminem o ódio. “Estamos vivendo momentos de ânimos aflorados e de ataques a todas as minorias, que inclusive são maioria em alguns casos. Eu, como mulher e pessoa LGBT, me sinto em risco em um Estado que possa permitir que as pessoas sejam violentas. Por isso, sou contra o candidato”, disse.
Assista vídeo do ato 
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FONTE: RD NEWS
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